Ontem nós dissemos que Serra e Aécio afinaram o discurso do fracasso, em cerimônia de inauguração de um casarão do governo de Minas Gerais na capital paulista.
Hoje deu no jornal Valor Econômico que, ao sair da cerimônia:
” … Serra foi abordado por dois meninos de rua. O governador, buscando simpatia, puxou conversa, perguntando para que times de futebol eles torciam. Só que Cainã e Caique foram cobrá-lo por uma promessa não cumprida: em uma visita a uma comunidade carente da Barra Funda, Serra garantiu aos garotos que lhes daria pipas e peões. Desconversando, Serra perguntou onde moravam, para envio dos presentes, e a resposta não poderia ter sido mais constrangedora: ” na rua, aqui na [Avenida]Rebouças, pertinho. Mora bastante gente lá ” . O governador sacou algumas notas do bolso, deu aos meninos e foi embora.”
Isso sim é bolsa-esmola, que não leva cidadania às crianças.
O que José Serra poderia ter feito SE TIVESSE política social:
1) Perguntar EM QUE ESCOLA estudam, se estavam inscritos em algum programa social, e se estavam precisando de alguma coisa;
2) Perguntar sobre a família deles, e se poderia fazer alguma coisa que eles precisam para resolver problemas de desagregação familiar, se for o caso;
3) Acionar, ali mesmo, a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, para levantar o traseiro burocrático dos gabinetes com ar-condicionado, e fazer alguma coisa para tirar os meninos da rua;
4) Poderia acionar sua mulher, primeira-dama, presidente do Fundo de Solidariedade do Estado de São Paulo, para praticar política social fora da DASLU.
A primeira-dama, Monica Serra (de óculos) fazendo política social na DASLU: em maio de 2008,
lançando a campanha do agasalho, na loja da DASLU, ao lado de Donata Meireles (uma das donas), com uma camiseta promocional da grife.
Um governador que tem delegação popular, autoridade e verba para resolver o problema de pelo menos duas crianças de rua, se omite e não faz nada, preferindo dar esmola, tratando crianças como mendigos, negando-lhes cidadania e inclusão social. Isso é José Serra!